terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sobre o erro

"Não existe fracasso no erro, e sim na desistência."
Mário Sergio Cortella, professor de Filosofia.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Frase interessante

Não é normal saber o que queremos. Essa é uma façanha psicológica rara e difícil.

Abraham Maslow, psicólogo.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Definição das Artes

As artes são apresentações sensoriais de ideias.

Autor desconhecido.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Trabalho significativo

O trabalho é significativo sempre que gerar prazer ou reduzir o sofrimento dos outros.

Alain de Botton filósofo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Relação de trabalho hoje

Niels Akerstrom, professor da Copenhagen Business School compara a atual situação do empregado de uma organização à do cônjuge num casamento contemporâneo ou de um casal vivendo junto. Em ambos os casos, um estado de emergência (um estado que exige a mobilização de todos os recursos, tanto racionais quanto emocionais) tende a ser a norma, não a exceção. Em ambos os casos, a pessoa "está sempre em dúvida sobre o quanto é amada ou não ... Anseia-se por confirmação e reconhecimento da mesma forma que ocorre no casamento ... [A] questão de ser ou não parte de alguma coisa orienta o comportamento do empregado como individuo." "O código do amor", acredita Akerstrom, orienta a estratégia do "novo tipo" de organização. E assim não há um contrato de trabalho por escrito (tal como não há um acordo verbal de coabitação entre os amantes) que seja estabelecido para sempre, "para o bem ou para o mal" e "até que a morte nos separe". Os parceiros são mantidos perpetuamente in statu nascendi, incertos quanto ao futuro, precisando constantemente provar de modo cada vez mais convincente que "ganharam" e "merecem" a simpatia e lealdade do chefe ou parceiro. "Ser amado" nunca é "suficientemente" obtido e confirmado, continua sendo eternamente condicional - a condição sendo um suprimento constante de evidências sempre renovadas da capacidade de realizar, ter sucesso, estar sempre "um passo a frente dos atuais ou potenciais competidores. O trabalho nunca acaba, tal como as estipulações de amor e reconhecimento nunca são totais e incondicionais. Não há tempo para deitar sobre os louros: estes, como se sabe, murcham e definham com o tempo, os êxitos tendem a ser esquecidos um instante depois de terem sido obtidos, a vida numa empresa é uma infinita sucessão de emergências... É uma vida excitante e exaustiva: excitante para os aventureiros, exaustiva para os fracos de espírito.

Trecho do livro A Arte da Vida do polonês Zygmunt Bauman.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Felicidade e as forças centrípetas e centrífugas

A energia liberada pelo desejo de felicidade pode assumir a forma de uma força centrípeta ou centrifuga. "Centrífugo", pela definição do Oxford English Dictionary, significa "precipitar-se ou tender a precipitar-se do centro para fora". "Centrípeto" e o oposto de "centrífugo": significa "dirigir-se para o centro". O "centro" a que as duas definições se referem, o centro em que a força tem origem e do qual ela emana - do qual sua variedade centrífuga "se lança" e ao qual sua companheira/alternativa centrípeta retorna - é o sujeito que deseja a felicidade. E isso significa cada um de nós, contanto que todos consideremos a busca da felicidade como nosso desafio e tarefa e façamos dela nossa estratégia de vida.

Apresentando de maneira simples, como num resumo, as alternativas que todos nós confrontamos: minha busca da felicidade pode se concentrar na preocupação com meu próprio bem-estar ou na preocupação com o bem-estar de outros.

Trecho do livro A Arte da Vida do polonês Zygmunt Bauman.

domingo, 8 de novembro de 2009

Distração e atração

Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem.

Trecho da música Realejo da banda O Teatro Mágico

sábado, 7 de novembro de 2009

Felicidade e correria

A causa única da infelicidade do homem, segundo Blaise Pascal, é que ele não sabe como ficar quieto em seu quarto. Correr de um lugar para outro é só uma forma de desligarem suas mentes de si mesmos. Como há pouca chance para o pensamento quando você está correndo, continue correndo - e a tarefa intensamente árdua de olha a si mesmo mais de perto pode ser mantida à distância.

Trecho do livro A Arte da Vida de Zygmunt Brauman.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

As mortes sucessivas

Adélia Prado

Quando minha irmã morreu eu chorei muito
e me consolei depressa. Tinha um vestido novo
e moitas no quintal onde eu ia existir.
Quando minha mãe morreu, eu consolei mais lento.
Tinha uma perturbação recém-achada:
meus seios conformavam dois montículos
e eu fiquei muito nua,
cruzando os braços sobre eles é que eu chorava.
Quando meu pai morreu
Nunca mais me consolei.
Busquei retratos antigos, procurei conhecidos,
parentes, que me lembrassem sua fala,
seu modo de apertar os lábios e ter certeza.
Reproduzi o encolhido do seu corpo
em seu último sono e repeti as palavras
que ele disse quando toquei seus pés:
´deixa, tá bom assim´.
Quem me consolará desta lembrança?
Meus seios se cumpriram
e as moitas onde existo
são pura sarça ardente de memória.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Vida como uma obra de arte

Como sugeriu Michel Foucault, sé uma conclusão pode segui se a afirmação de que "a identidade não é dada": nossas identidades (ou seja, as respostas as perguntas "Quem sou eu?", "Qual é meu lugar no mundo?", "Por que estou aqui?") precisam ser criadas, tal como são criadas as obras de arte. Para todos os fins e propósitos práticos, a pergunta “Pode a vida de cada ser humano se tornar uma obra de arte?” (ou, mais diretamente, "Será que todo e qualquer indivíduo pode ser o artista de sua vida?" é puramente retórica, sendo a resposta "Sim" uma conclusão inevitável. Presumindo isso, Foucault indaga: se uma lâmpada de uma casa pode ser uma obra de arte, por que não uma vida humana?

Trecho do livro A Arte da Vida do polonês Zygmunt Bauman.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ensinamento

Adélia Prado

Minha mãe achava estudoa coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente,
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Amor feinho

Adélia Prado

Eu quero amor feinho.
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
e filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:
eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.

domingo, 1 de novembro de 2009

O vestido

No armário do meu quarto escondo de tempo e traça
meu vestido estampado em fundo preto.
É de seda macia desenhada em campânulas vermelhas
à ponta de longas hastes delicadas.
Eu o quis com paixão e o vesti como um rito,
meu vestido de amante.
Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.
É só tocá-lo, volatiza-se a memória guardada:
eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.
De tempo e traça meu vestido me guarda